Endometriose é uma doença inflamatória crônica que afeta cerca de 10% das mulheres em idade reprodutiva no mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), e pode causar sintomas debilitantes como dor pélvica, cólicas intensas e infertilidade.
A alimentação é uma peça-chave durante seu tratamento porque, embora sua causa exata ainda não seja totalmente compreendida, sabe-se que a inflamação desempenha um papel central na progressão da doença.
De acordo com nutricionista Priscila Schramm, especialista em saúde da mulher, uma dieta anti-inflamatória pode causar melhora na doença. "A alimentação não é a causa da endometriose, mas os alimentos anti-inflamatórios ajudam na redução da inflamação", declara a especialista.
Os alimentos ricos em polifenóis, como frutas vermelhas, cítricas e chá verde são altamente recomendados para mulheres com endometriose. Schramm explica: "As frutas e verduras têm um índice ORAC elevado, que mede a capacidade de absorção de radicais livres. Os polifenóis presentes nesses alimentos estão no topo da lista de substâncias com alto poder antioxidante e anti-inflamatório".
Além disso, os peixes de águas frias, como salmão e sardinha, são ricos em ômega-3, um nutriente essencial para fortalecer a inflamação. “Muitos estudos mostram que o ômega-3 tem um efeito anti-inflamatório positivo, e por isso é um dos suplementos mais indicados para mulheres com endometriose”, afirma a nutricionista.
Outro ponto importante da alimentação para mulheres com endometriose é a ingestão de fibras e zinco. “Os alimentos ricos em fibras ajudam a melhorar o funcionamento do intestino, o que é crucial para a eliminação do estrogênio em excesso no organismo”, diz Schramm. Ou seja, lentilha, castanha de caju, amendoim e carne de boi.
Priscila Schramm é nutricionista, trabalhou por cinco anos no maior centro de obesidade do NHS, no Reino Unido, atendendo mais de 10 mil pacientes. Registrada no HCPC e no CRN2, possui graduação em Nutrição pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos, mestrado pela Universidade Federal de Santa Catarina e pós-graduação em Nutrição Chinesa pelo College of Naturopathic Medicine, Londres.