Não apenas no Brasil a marmita – ou “quentinha”, como é conhecida popularmente – faz sucesso. No Japão o obentô, ou bentô, é paixão nacional. Não à toa, as marmitinhas japonesas viajaram o globo e é possível encontrar (inclusive por aqui) versões térmicas feitas de plástico, madeira, aço inox e outras.
Em entrevista ao Band Receitas, a chef Telma Shiraishi, do conceituado restaurante Aizomê, em São Paulo, explicou que o obentô é uma tradição que segue relevante na cultura oriental. Os japoneses ainda carregam consigo um obentô quando vão viajar, por exemplo. “Se levava o obentô para as lavouras e, no Japão, continuam levando-o para as escolas, para um dia no parque, para um piquenique...”, diz.
Obentô = refeição portátil
Segundo a chef, obentô é um termo genérico para refeição portátil. Quando a cultura da “marmita japonesa” começou, eram apenas os onigiris, os bolinhos de arroz. Até que foram evoluindo para refeições mais completas, abrigadas em caixinhas de madeira ou de lata.
Com a industrialização, o obentô ganhou novas versões de metal e plástico. Hoje, tem cara e jeito de lancheira refinada, sendo comercializado em vários formatos e tamanhos.
Simplicidade ganha toque de requinte
De acordo com Telma, a forma mais ancestral de se montar um obentô é com bolinho de arroz (que pode ser simples, ou com “recheio” de alguma conserva) e algum acompanhamento para envolver o onigiri. “O bolinho era enrolado em folhas de bambu e só. Essa refeição era carregada em viagens, trabalhos e na lavoura.”
Como o conceito original do bentô é ser uma refeição portátil, a “marmitinha japonesa” precisa ser abastecida com comidas que não estreguem facilmente. Comprou uma e quer adotar o costume? A chef indica a combinação de arroz cozido (preferencialmente o Gohan) com legumes e/ou proteínas em conserva. “Conserva é a melhor coisa. Você pode colocar lá um pedacinho de peixe salgado, um ovo cozido, uma omelete... comidas cozidas e temperadas com shoyu, ou saquê, ajudam a conservar também.”