Alimentação do bebê até 1 ano: um guia para pais de primeira viagem

Da amamentação à introdução alimentar, especialistas explicam que variedade de nutrientes é de extrema importância para a fase de ouro de desenvolvimento infantil

Bruna Berti

Como fazer a introdução alimentar Envato Elements
Como fazer a introdução alimentar
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A chegada de um neném na família é um momento de muitos aprendizados e incertezas, principalmente se tratando da alimentação. Da amamentação à introdução alimentar, o primeiro ano de vida da criança é um dos momentos onde pais e responsáveis mais precisam se atentar, definindo não só o desenvolvimento físico e mental do bebê, mas também os seus hábitos alimentares futuros. 

Assim, o Band Receitas conversou com três especialistas em alimentação materno infantil para sanar as principais dúvidas que surgem durante este processo e contar tudo o que precisa saber.

Período de ouro do desenvolvimento infantil

Os bebês possuem a fase de ouro da alimentação, a qual determina o desenvolvimento da criança - e que compreende os nove meses de gestação até os dois primeiros anos de idade, completando mil dias. Durante este período, acontece a maior evolução físico-mental do bebê, onde o sistema nervoso e imunológico têm maior expansão. 

Além disso, este período também marca os hábitos alimentares de uma pessoa para o resto de sua vida, aumentando as chances de se tornar um adulto saudável. Assim, o aleitamento materno e a introdução alimentar são fases de grande importância e que podem gerar muitas dúvidas.

Amamentação exclusiva - de 0 à 6 meses

A amamentação ainda é um tabu em nossa sociedade, além de ser uma grande preocupação das mamães que temem não produzir leite ou com as dores do aleitamento materno. Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), é recomendado que, nos primeiros seis meses de vida, o leite materno seja a única fonte de energia da criança, providenciando todos os nutrientes necessários para a primeira infância. 

Nos primeiros dias da amamentação, o bebê se alimenta do colostro, que é o primeiro leite materno, menos denso, e que é rico em anticorpos e proteínas. Apenas após 3 ou 5 dias que o leite realmente começa a descer, se tornando a principal fonte de nutrientes do bebê dos próximos meses.


Introdução alimentar - de 6 à 1 ano

Segundo a nutricionista Larissa Monteiro, pós-graduanda em Nutrição na obstetrícia, pediatria e adolescência, a introdução de alimentos só deve ser feita após os seis meses de vida da criança, onde o estômago e intestino já estão maduros o suficiente para receber outros alimentos além do leite materno “Entretanto, a idade não é o único fator que precisamos considerar para esse início, é necessária avaliação dos sinais de prontidão, como se ele consegue se manter sentado sem apoio ou com o mínimo de apoio possível, se costuma tentar segurar objetos e tentar levá-los à boca, entre outros”, explica a especialista. 

É importante lembrar que bebês prematuros, nascidos com menos de 37 semanas de gestação, têm a idade de início da introdução alimentar diferenciada, precisando fazer um cálculo para somar os dias perdidos de gestação aos seis meses de idade da criança para se ter a idade certa de introdução. A nutricionista também ressalta a importância de se manter o aleitamento, mesmo com o início da apresentação de alimentos. 

Métodos de introdução alimentar

Larissa explica a importância de que os métodos utilizados sejam avaliados juntamente de pediatras e nutricionistas infantis, pois cada bebê pode se adaptar de uma forma, definindo juntamente dos especialistas, também, quais serão os processos e utensílios utilizados, tal como quantidades, alimentos e texturas.

Tradicional: o bebê tem acesso aos alimentos com ajuda de outra pessoa, sendo oferecidos em copinhos e colheres em forma de papinhas ou purês. Neste caso, as quantidades são dosadas pela pessoa que auxilia. 

BLW (Baby-Led Weaning): este é o método de mais independência da criança, onde os alimentos são oferecidos em grandes pedaços ou até inteiros, para evitar que engasgue. A criança ganha autonomia para pegar a comida com as mãos e levar até a própria boca, cuidando do tempo e da quantidade. Essa é uma abordagem multissensorial, pois a criança utiliza o tato, olfato, visão, audição e paladar de forma independente e tenha maior contato com a comida e com sua coordenação motora e cognitiva. Este método exige compreensão familiar, pois a bagunça é garantida, tanto pelo fato do bebê se sujar, como de sujar o ambiente, pois ele acaba deixando cair, jogando e amassando as comidas. 

Participativo: é a união dos dois métodos anteriores. É uma forma de a família ter um controle um pouco maior sobre a alimentação, mas ainda assim permitindo o desenvolvimento independente da criança. Nesta opção, a família consegue controlar melhor quantidades e variedades do que utilizando apenas o BLW.

Quais alimentos priorizar durante o primeiro ano de vida?

Segundo Victoria Randoli, nutricionista materno infantil do Hospital Pediátrico Sepaco, a alimentação complementar adequada deve oferecer ao bebê uma composição equilibrada de alimentos com macro e micronutrientes, com destaque para ferro, zinco, cálcio, vitamina A, vitamina C e ácido fólico. Larissa explica que é importante que sejam priorizados os alimentos naturais, pois eles são repletos de nutrientes necessários para o crescimento e desenvolvimento saudáveis. “Por conta disso, é muito importante explorar o máximo possível de variedades de alimentos durante este primeiro momento, além de explorar todos os grupos alimentares”.

Frutas, legumes, tubérculos e verduras são alimentos que devem ser encontrados em abundância no prato dos pequenos, segundo Victoria. “É importante ressaltar, também, que estes alimentos devem ser cozidos, seja em água ou vapor, e temperado com especiarias naturais e suaves”, complementa. Victoria ainda indica a isenção de comidas processadas e industrializadas, tal como alimentos com fatores alergênicos, como o amendoim. Leite de vaca, alta concentração de proteína e açúcares, como chocolates, também não são recomendados. Estudos já indicam que o consumo de doces durante a primeira infância eleva, significativamente, a probabilidade de desenvolvimento de obesidade adulta.

Muffin de omelete 

Receita da chef Brueth Carvalho (especialista em alimentação infantil)

Ingredientes

5 ovos
1 folha de couve com talo, bem picada
½ xícara de chá de brócolis bem picado
1 tomate médio, sem sementes, picado
½ xícara de chá de milho verde cozido
1 colher de chá de sal
½ colher de chá de orégano fresco
4 colheres de sopa de leite líquido integral
½ colher de chá de fermento em pó

Modo de preparo

Em um recipiente, misture a couve, brócolis, tomate e milho e distribua em seis forminhas de muffin, untadas com azeite e reserve. Em um recipiente, misture os ovos e sal, batendo levemente. Acrescente o orégano, leite e fermento e misture devagar. Distribua sobre os vegetais na forminha. 

Leve em forno pré-aquecido a 180C e deixe assar até dourar, cerca de 25 minutos. Retire da forma após esfriar e sirva ao pequeno.

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