A carne de porco é a mais popular no mundo e corresponde a 40,1% do total de proteína animal consumida. No Brasil, o ingrediente ainda é visto como perigoso ou sujo por algumas pessoas. De acordo com a Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), os suínos ficam em terceiro lugar no consumo nacional, atrás da carne bovina e do frango. Mas por que isso acontece? Especialistas mostram no Minha Receita que existem algumas razões históricas.
“Existe um preconceito em relação à carne de porco por aqui. Brasileiro ainda vê o porco como um animal sujo, que traz doenças, e uma carne muito gordurosa. Mas isso é um mito. O porco não é mais gorduroso ou menos que o boi e o frango, isso depende muito do corte e da maneira como o animal foi criado”, explica a pesquisadora Katherine Cordás. Segundo ela, apesar da fama de gordurosa, a carne de porco não possui gordura entremeada, portanto é fácil de evitar.
Além disso, a explicação também é histórica e pode ter sido passada de geração para geração assim que a capital paulista iniciou sua urbanização, em meados do século 18. Segundo a professora de gastronomia Paola Biselli, a carne de porco foi inserida na alta gastronomia há mais tempo pelo mundo, mas demorou para que isso acontecesse no Brasil. “A partir do momento em que São Paulo passou a ser uma cidade, as pessoas começaram a separar quem era rural e quem era urbano por uma nomenclatura. E no começo da cidade, tudo o que é caipira passou a ser rejeitado”, afirma.
A origem do termo caipira é tupi e designa aqueles que moram e vivem na roça. Assim, comidas tradicionais “caipiras”, que têm como base milho, amendoim, feijão, porco e galinha, passaram a sofrer preconceito. “Na alimentação surge uma tradução muito clara disso. Fica associada a uma questão pejorativa”, diz Biselli.
Mais tarde, no século 20, esse preconceito em relação à carne de porco ganhou ainda mais força com a peste suína. Assista ao vídeo para saber mais.
