Muçulmanos do mundo inteiro esperam todos os anos pelo avistamento da lua crescente. Esse momento, de autorreflexão e piedade, marca o primeiro dia oficial do Ramadã, que é o nono mês do calendário islâmico e também mais sagrado para essa cultura.
A data varia, já que o calendário lunar islâmico segue as fases da lua. Assim, o mês sagrado começa no dia seguinte depois da lua crescente ser vista pela comissão de avistamentos lunares na Arábia Saudita. Em 2020, essa data coincidiu com a segunda-feira, 12 de abril. Neste ano, o Ramadã foi iniciado em 13 de abril e irá terminar em 12 de maio.
No último episódio do Minha Receita, Jacquin visitou Razan Suliman, chef do restaurante árabe Razan. No encontro, o francês foi recebido com um banquete de iguarias típicas, porém a família Suliman explicou que não deveriam comer com Jacquin pois estavam no período de Ramadã.
No período do mês do Ramadã, os fiéis devem fazer um jejum entre o nascer e o pôr-do-sol, evitando comer, beber, ter relações sexuais e fumar. “A gente pode colocar água na boca, ‘bochechar’ e cuspir. Mas nenhuma gota na garganta”, explica Razan. Todo muçulmano devem cumprir o jejum com exceção de mulheres grávidas e amamentando, crianças, idosos, pessoas doentes e viajantes”.
O mês não se refere apenas à evitar prazeres, mas ter um momento de reflexão religiosa, e devoção a deus, com foco não mais no material. O período também celebra a revelação do Alcorão, visto que segundo a tradição, foi no mês de Ramadã que o anjo Gabriel apareceu ao profeta Maomé e revelou o Alcorão, o livro sagrado do Islã.
O fim do ciclo é marcado pelo Eid al-Fitr - o “festival de quebra de jejum”, no último dia do Ramadã. Os muçulmanos vestem suas melhores roupas e enfeitam suas casas, fazem orações, celebram com comida, trocam de presentes, prestam homenagens aos mortos.