Quem nunca foi surpreendido pelo barulho da barriga roncando, após muito tempo sem se alimentar, hein?! Acredite: este é um dos principais sinais de alerta de que o corpo precisa receber algum alimento, e que o estômago está vazio.
Em entrevista ao Band Receitas, a nutricionista Thaisa Leal explicou que a barriga ronca pelo movimento de contração natural do estômago, que é um músculo, e que acaba movendo líquidos e ar, o que causa os barulhos.
E como será que o nosso cérebro entende que estamos com fome, hein? A nutri explica: “basicamente, a regulação da fome funciona assim: quando o estômago fica vazio, intensifica a secreção da grelina - hormônio que atua no cérebro dando a sensação de fome. Quanto mais elevada for a produção, maior sua concentração no sangue e, assim, maior a sensação de fome. Quando nos alimentamos, a secreção da grelina diminui e aumenta a secreção de leptina - hormônio responsável pela saciedade”, explica.
Leptina e excesso de peso
A leptina – o tal hormônio responsável pela saciedade – é produzida pelo tecido gorduroso, ou seja, teoricamente, quanto mais uma pessoa ganha gordura corporal, mais o corpo produz leptina.
Segundo a nutri, o corpo entende que, pelo excesso de gordura, não é mais necessária energia, produzindo o hormônio em maior quantidade - e isso dá mais saciedade. Entretanto, estudos identificam que pessoas com excesso de peso também podem apresentar maior resistência à leptina, o que não inibe a fome.
Fome x saúde mental
A nutricionista explica que a fome também pode ser afetada por outros fatores, como a má qualidade do sono. “O básico é o essencial: boas noites de sono e comer de maneira saudável, evitando grandes restrições de quantidade de alimento e de carboidrato, e sempre acompanhando as refeições de uma fonte de proteína, a qual auxilia na saciedade”, complementa.
Alguns estudos demonstram, ainda, que a fome pode ser acompanhada do aumento de apetite por alimentos mais calóricos e gordurosos. Isso pode ser explicado, em parte, de acordo com Thaisa, porque não houve boa recuperação da energia e o corpo precisa de mais para se manter acordado e ter as funções vitais em dia.
Além disso, outro fator que contribui para a vontade dos itens calóricos, segundo a nutri, é o aumento do cortisol, hormônio relacionado ao estresse por falta de energia. Entenda mais sobre a relação dos alimentos calóricos com a saúde mental aqui.
Vale ressaltar ainda que comportamentos alimentares e aspectos emocionais podem estar ligados, gerando a tal ‘fome emocional’, a qual pode ser confundida com a fome de verdade.
“Ter fome não é anormal e nem sinônimo de que tem algo errado com você e que você vai engordar. Vejo muitas pessoas com medo de comer e engordar, mas não é assim que funciona. Restrições exageradas de quantidade e de determinados alimentos, sim, irão causar a sensação de fome constante, além do estresse e da insatisfação, e pode ser seguido de episódios de fome exagerada”, alerta a nutricionista.