O que tem no chocolate que faz a gente feliz? A relação do doce com o bem-estar

Especialistas explicam que o alimento auxilia na produção de hormônios da felicidade, mas que sua qualidade pode acarretar no efeito rebote a longo prazo; leia abaixo:

Bruna Berti

O que tem no chocolate que faz a gente feliz? A relação do doce com o bem-estar
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Fãs de chocolate, uni-vos! Vai dizer que nunca petiscou um chocolatinho como forma de agrado e recompensa após um dia difícil, durante a TPM ou para adoçar o paladar após a refeição, hein? Sem dúvida, a sensação de felicidade foi instantânea! Mas, qual será a relação entre o doce e o bem-estar? 

Segundo Gustavo Arns, cientista da felicidade, em entrevista ao Band Receitas, o consumo do alimento auxilia na produção da serotonina no cérebro, neurotransmissor conhecido popularmente como o “hormônio da felicidade”. “Por causa deste efeito no organismo, muitas vezes, o chocolate é associado a um alimento de conforto, e que ‘deve’ ser ingerido quando se busca o bem-estar, fazendo com que o cérebro, por sua vez, aprenda que esta é uma fonte de felicidade”, explica. 

O profissional, porém, faz um alerta: o chocolate não deve ser levado como âncora de salvação para todos os momentos de desânimo, uma vez que seu consumo excessivo pode angariar efeito rebote. Explicação a seguir:

O médico integrativo e especialista em Ayurveda, Ricardo Balsimelli, explica que existem duas formas que fazem com que o chocolate se torne sinônimo de bem-estar: o primeiro leva em conta o consumo de chocolates de alta qualidade, ou seja, aqueles que possuem altas porcentagens de cacau e índices de teobromina, substância que traz bem-estar, maior nível de energia e foco. Já a segunda leva em consideração o consumo dos chocolates de menor qualidade, os que possuem alto teor de açúcares.

Chocolate não pode ser âncora de salvação para todos os momentos de desânimo, uma vez que seu consumo excessivo pode angariar efeito rebote


Ok, mas, então, qual a diferença entre eles? O especialista traduziu durante sua palestra no evento SER Longlife Learning, que aconteceu na quarta-feira (19) em São Paulo: o açúcar, a longo prazo, causa o tal efeito rebote, indo completamente de desencontro ao que o consumidor está buscando. Em outras palavras: tchau, bem-estar!

“O açúcar, logo após o consumo, irá gerar a sensação da felicidade, entretanto, após um tempo, isso será transformado em ansiedade, o que fará com que o consumidor busque o chocolate novamente, se tornando vício e compulsão, e que poderá desencadear processos relacionados a inflamações e doenças crônicas”, complementa o médico.

Chocolatinho do bem

Além de menos calóricos e mais nutritivos, os chocolates in natura - com alto teor de cacau e menos corantes, aromatizantes e conservantes - poderão, por meio de seus nutrientes, auxiliar na produção (a longo prazo, tá? Nada de efeito pá-pum) dos neurotransmissores que trazem o bem-estar: serotonina, dopamina e noradrenalina. Sem falar que eles possuem, em suas bases de construção, as proteínas e vitaminas, as quais são encontradas em alimentos naturais. 

Em contrapartida, aqueles cheios de açúcares irão trazer na composição o glutamato, estimulante que pode aumentar os níveis de ansiedade.

Segundo Balsimelli, os chocolates in natura possuem um sabor menos adocicado, uma vez que os conservantes, aromatizantes e corantes intensificam o sabor. Assim, é necessário acostumar o paladar para que o vício nas opções com açúcares não impossibilite a apreciação dos mais naturais.

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