Sua Carta de Vinhos

Vinho gelado ou em temperatura ambiente? Descubra a maneira ideal de consumir brancos e tintos

Alexandra Corvo

Sua Carta de Vinhos, com Alexandra Corvo

A sommelière é formada pela Ecole d´ingenieurs Oenologiques de Changins, na Suíça, Trabalhou por 10 anos em restaurantes na Europa e, em São Paulo, trabalhou na Figueira Rubaiyat, D.O.M, Le Vin e Sabuji. Escreveu por seis anos na Veja São Paulo e também foi colunista do jornal “Folha de S.Paulo”.

Vinho gelado ou em temperatura ambiente? Descubra a maneira ideal de consumir brancos e tintos
Vinho gelado ou em temperatura ambiente? Descubra a maneira ideal de consumir brancos e tintos
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Vinho tinto à temperatura ambiente e vinho branco geladinho, será mesmo? Pensem: a temperatura tem a ver com a estrutura do vinho. Vinhos com muito tanino, por exemplo, precisam de uma temperatura mais alta, porque o álcool vai ficar mais evidente e ele vai acabar escondendo um pouquinho o tanino. 


Agora, por outro lado, os vinhos com muito álcool precisam de uma temperatura mais baixa para disfarçar essa sensação calorosa que o álcool dá na boca.  Então, a gente abaixa um pouquinho a temperatura, a acidez vai ficar um pouco mais perceptível, então a gente equilibra a própria boca do vinho com a temperatura, seja ele branco ou tinto.


Um branco muito alcoólico vai precisar ser servido a uma temperatura mais baixa, um tinto muito alcoólico também precisa de uma temperatura muito baixa. Outros tintos que precisam de temperatura baixa são os tintos extremamente leves, porque eles não têm tanino, então não precisamos de temperatura alta, a gente quer sentir o frescor dele, a gente quer evidenciar esse frescor, essa leveza, as moléculas aromáticas mais delicadas ficam mais expressivas na temperatura mais baixa, então a gente pode, sim, resfriar um tinto leve a 14°C.


E se for um branco muito encorpado, um mais envelhecido, tipo um grand cru da Borgonha, com muita matéria aromática, a gente precisa aumentar a temperatura, e tomar a 16°C, até 18°C para conseguir pegar toda a complexidade aromática. Ou seja, a temperatura não tem a ver com a cor, tem a ver com a estrutura do vinho.